Pulverização aérea de defensivos: principais erros e como corrigi-los

O que o pecuarista precisa saber sobre tamanho de gota, faixa de aplicação, umidade, temperatura e velocidade do vento para acertar no manejo de limpeza de pastagem?

Nesta segunda, 05, o Giro do Boi recebeu em estúdio o engenheiro agrônomo, mestre e doutor em tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários Henrique Campos, da consultoria Sabri (Sabedoria Agrícola), para falar dos pontos de atenção na aplicação aérea de defensivos para pastagens.

Henrique afirmou que um dos principais benefícios deste tipo de pulverização é a velocidade que se ganha quando é necessário tratar de uma área maior, mas, em compensação, o manejo é mais complexo e conta com mais variáveis.

Para resumir, o doutor em aplicação aérea de defensivos em pastagens listou três fatores aos quais os pecuaristas e o piloto da aeronave devem se atentar para não errar na limpeza de pastagens.

1 – Tamanho da gota: segundo Campos, este é o primeiro ponto para evitar que uma área vizinha seja contaminada com defensivo. Para ajudar, um papel coletor pode ser usado para verificar se a gota está em tamanho adequada;

2 – Faixa de aplicação: geralmente o avião aplica em faixas de 15 a 20 metros, mas estas faixas podem estar descalibradas se o GPS não estiver bem ajustado. Mais uma vez, os coletores podem determinar se os locais estão sendo bem cobertos pelo produto. Fazer a calibragem das faixas evita que haja má distribuição do defensivo, deixando algumas áreas sem receber a dosagem certa e outras com superdosagem, o que prejudica lavouras vizinhas, por exemplo, e pode até afetar as forrageiras;

3 – Monitorar as condições meteorológicas: neste caso, as condições a serem monitoradas se dividem em temperatura, velocidade do vento e umidade. Em relação ao vento, é desejável que haja certa velocidade, mas que não ultrapasse os 15 km/h para não haver dispersão do herbicida. A falta de vento, por outro lado, pode deixar a gota suscetível à inversão térmica.

Já a umidade é importante para saber se a planta está metabolizando. Embora não seja positivo que esteja chovendo no momento da aplicação, a planta a ser combatida não pode estar com estresse hídrico. Ela precisa estar em pleno desenvolvimento para que metabolize o produto. Mas também não é considerado adequado que se faça a aplicação logo após uma boa chuva. Campos acrescentou que o pecuarista pode agendar a aplicação para um período de mais ou menos sete dias após a chuva para que a planta esteja no melhor momento para receber o defensivo.

Já em relação à temperatura, o agrônomo afirmou que, a partir dos 30º C, já pode ligar o sinal amarelo, pois corre-se o risco de as gotas evaporarem. Por isso, geralmente a pulverização é feita no início da manhã.

Confira as recomendações do agrônomo Henrique Campos na íntegra pelo vídeo abaixo: