Com integração, fazenda aumenta em cinco vezes a taxa de lotação das pastagens

Agricultura ajuda propriedade em Três Lagoas-MS a intensificar a recria e a terminar animais de até 20 meses no semiconfinamento e confinamento

O aumento da capacidade de suporte das pastagens é um dos primeiros benefícios que o pecuarista obtém depois de adotar a integração lavoura-pecuária. Um destes exemplos veio da Fazenda Floresta, em Três Lagoas-MS, que foi visitada pela equipe de reportagem do Giro do Boi na 13ª temporada da série especial Rota do Boi.

Na propriedade, a taxa de lotação nos piquetes formados após a integração (soja, depois milho e capim) foi cinco vezes maior quando comparada com os piquetes tradicionais, que ainda não passaram pelo consórcio.

“Nós começamos há três anos com uma área pequena e estamos aumentando a cada ano, descobrindo ainda quais são os resultados que a gente pode conseguir. Começamos com um resultado de produtividade de 30 a 40 sacos de soja por hectare e hoje a nossa expectativa já é passar dos 50, inclusive nas áreas de primeiro ano. Tem uma produtividade boa também de milho safrinha e, principalmente, oferecer uma forragem de qualidade numa época que a gente não tem essa oferta para fazer a recria do nosso gado Montana e do nosso gado comercial. (O objetivo é) Fazer com que esse animal chegue mais cedo no confinamento para que possa ser terminado e ser enviado para a indústria com a qualidade que a gente costuma sempre mandar”, disse o pecuarista José Pavan Neto em depoimento para a reportagem exibida originalmente em março de 2017. O conteúdo foi ao ar novamente nesta segunda, dia 18, em celebração do mês em que o programa completa seu sexto ano desde que foi ao ar pela primeira vez.

Capim pode ser a diferença entre quebrar e colher bem

Fertilidade do solo ‘sai do buraco’ com ajuda da integração

O sistema produtivo ajudou a propriedade a obter toda a expressão da genética de seu plantel formado a partir da raça Montana.

“Nós estamos aqui há 30 anos já na região em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e com o Montana há seis anos. Nós demos continuidade a um programa de seleção de um rebanho que já havia sido selecionado para o Montana e nós direcionamos para a nossa região, de acordo com as características que a gente desejava. Depois de passar por muitos sistemas de cruzamento aqui na região, utilizando touros de outras raças, a gente não conseguiu o resultado que a gente tem com o Montana hoje, seja numa estação de monta, seja no desmame, até na época de levar estes animais até o abate. O nosso objetivo fazer o ciclo completo, seja para venda de touros ou para a produção de carne, então com o Montana a gente conseguiu atingir essa precocidade que a gente precisava”, completou Pavan Neto.

O pecuarista informou que a propriedade abate os animais com menos de dois anos de idade, chegando a terminar gado com até 20 meses, por meio da engorda no semiconfinamento ou confinamento. “Utilizando essas ferramentas nós conseguindo o acabamento necessário para atingir o mercado de carne. Foram muitas tentativas até chegar no modelo que hoje a gente considera bom para nossa região, bom para o nosso negócio e que a gente acredita que mais pessoas possam fazer também. Não tem segredo, é uma ferramenta acessível. O Montana tem 20 anos de seleção já no Brasil e é muito fácil você utilizar, apenas usando um touro melhorador você já começa a ter os resultados na primeira geração”, indicou o criador.

O que é verdadeiro e o que é fake news na hora de escolher um touro?

Diferenças entre confinamento, semiconfinamento e terminação intensiva a pasto

De acordo com a zootecnista Laura Machado Berwerth, o programa de seleção da própria raça já oferece dados que são aproveitados na gestão do rebanho de cada fazenda. “A gente tem trabalhado com bastante controle de dados. O programa montana oferece um software onde a gente alimenta esse programa para que a base de dados seja bastante consistente, então nós acreditamos que estamos no caminho certo para produzir um touro bom, um bezerro de qualidade e que isso vire carne de qualidade no prato do consumidor”, projetou a zootecnista.

Destaque pela carne e heterose, rebanho brasileiro do Montana já conta com 12 mil matrizes

Além da nutrição e da genética, a fazenda cria as condições para o máximo de produtividade com foco no manejo do gado também, adotando estruturas como o curral anti-estresse com foco no bem-estar dos animais. Do confinamento também saem os dejetos que serão transformados em adubo para reforçar a fertilidade de solo para a lavoura.

Confira a reportagem completa da 13ª temporada da Rota do Boi na Fazenda Floresta, em Três Lagoas, no vídeo a seguir:

Foto ilustrativa: Reprodução / Facebook