Vai dar certo criar boi Nelore no Semiárido nordestino?

Telespectador de distrito em Cabaceiras, na Paraíba, quer saber se Nelore é rústico o suficiente para conduzir ao sucesso da terminação em confinamento em sua região

O telespectador Gilson Duarte, do distrito de Ribeiro, município de Cabaceiras, na Paraíba, perguntou se é possível criar gado Nelore em uma região como o Semiárido nordestino. Ele tem interesse em engordar os bois em confinamento.

O zootecnista Ricardo Abreu, gerente de fomento da ABCZ, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, atendeu o telespectador em participação no Giro do Boi Responde desta sexta, dia 13.

“O importante é que o Zebu e o Nelore não têm fronteiras. O melhoramento genético e a raça Zebu foram importantes para desbravar o Brasil, abrir o Brasil e também, em especial, o Semiárido nordestino com a pecuária bovina tanto de corte quanto de leite”, destacou Abreu.

De acordo com o especialista, a rusticidade da raça dá perspectivas para bons resultados. “Então pode e deve, sim, você ter touro PO melhorador aí no Semiárido nordestino. Claro que, dentro do seu sistema de produção, como tem épocas bem definidas de chuvas, principalmente na época da seca você deve ter um manejo nutricional específico para esses animais, tanto os touros quanto as matrizes e os produtos na desmama, ao ano e ao sobreano”, ponderou.

Abreu indicou que a raça não desempenhará papel de fator limitante para o sistema projetado pelo pecuarista, desde que haja condições ambientais para que a genética atinja seu potencial. “Em todas as fases do animal você deve disponibilizar os fatores ambientais, sanitários e principalmente na sua questão nutricional, que venha a atender as exigências do animal com a genética melhoradora. Essa interação do manejo, do melhoramento genético com sanidade, com a nutrição e a sua gestão na sua propriedade é o que vai dar maior rentabilidade e o melhor caso de sucesso para sua realidade”, confirmou.

“Em resumo, pode e deve criar Nelore no Semiárido, tanto que nós temos grandes criatórios nos programas do PMGZ e PMGZ Comercial no Nordeste, e a genética não tem fronteiras”, assegurou.

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“Sucesso para você, meu amigo, e para todo o Nordeste do Brasil essa grande região produtora de carne e também de leite”, estimou Abreu.

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Qual é a sua dúvida sobre uso das raças zebuínas? Envie para o o link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

A resposta do gerente de fomento da ABCZ ao produtor paraibano está disponível na íntegra pelo vídeo a seguir: