A recomendação de área de cocho serve para os que têm entrada dos dois lados?

Produtor quer saber se a sugestão dos especialistas vale para cochos que possibilitam que os animais comam um de frente para o outro

A recomendação de espaçamento no cocho para suplementação mineral e para volumoso é válida tanto para cochos lineares como para cochos com opções de ambos os lados?”, questionou o telespectador Antonio de Camargo, de Vicentinópolis, distrito de Santo Antônio do Aracanguá-SP.

Para tirar essa dúvida, o Giro do Boi buscou um especialista no assunto, o zootecnista Juliano Ricardo Resende, consultor especialista em nutrição de ruminantes. “Com certeza a maioria dos pecuaristas tem essa mesma dúvida. Isso é muito importante porque quando a gente fala da área de chegada de cocho, a gente está falando em eficiência de suplementação dentro do rebanho e a gente sabe que a maioria das fazendas trabalha com rebanhos grandes, rebanhos padronizados por era, por tamanho, por peso. Então se não tiver uma área de chegada ideal para que cada animal possa ter oportunidade de comer o suplemento, com certeza você vai ter uma despadronização também de desempenho”, justificou.

RECOMENDAÇÃO DE ÁREA DE COCHO EM CM POR CABEÇA

Segundo Juliano existem três recomendações diferentes que variam conforme o sistema de produção ou objetivo para aquele lote específico. “Para sal mineral, eu tenho trabalhado com seis centímetros por cabeça. Para uma suplementação de um sistema a pasto que eu vou trabalhar só com concentrado, 30 centímetros por cabeça é mais do que o suficiente. E quando você entra com a suplementação volumosa, aí o ideal seria trabalhar com em torno de 60 centímetros por cabeça. Lembrando que isso vai variar de acordo com a frequência de fornecimento, principalmente quando a gente trabalha com fornecimento de volumoso e concentrado juntos. Tem confinamentos que fazem nove tratos por dia. Então esses confinamentos podem trabalhar com área de cocho menor. Outros confinamentos fazem três tratos diários, então nesse caso tem que fixar nos 60 centímetros”, especificou.

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O consultor frisou que se o produtor quiser variar esses valores, que seja sempre para uma área maior. “Esses são valores mínimos. Se você puder ter mais área de chegada de cocho, é sempre melhor, lembrando que esse é um investimento que você faz a cada 20 anos. Então eu não tenho dúvida de que vale a pena pecar por excesso. Seis centímetros no caso de sal mineral é o mínimo, mas se você tiver dez, com certeza vai ser melhor e você vai ter uma garantia maior de que todo o seu rebanho está lambendo o suplemento que você está colocando lá”, frisou.

A respeito da dúvida específica do produtor, o zootecnista enfatizou que não altera as contas quando há área de chegada por ambos os lados do cocho. “Eu não costumo dividir esses valores por dois quando os animais têm acesso aos dois lados do cocho porque, na prática, a gente observa que dificilmente um animal fica de frente com o outro comendo ração. O que a gente observa na prática é que quando chega um animal de frente para o outro, apenas um está comendo, enquanto o outro espera. E quando um levanta a cabeça, o outro passa a comer também. Ou seja, eles trabalham de uma forma alternada. Então ter um animal de frente para o outro, com um animal de fato comendo de frente para o outro é muito difícil de se ver no campo. Por isso a sugestão que eu dou é você adotar esses valores de 6, 30 e 60 centímetros a depender do suplemento e considerar acesso para apenas um lado de uso do cocho. E se tiver que pecar, que peque pelo excesso”, reafirmou.

“É muito importante também fazer uma orientação para os vaqueiros para que eles coloquem o suplemento em toda a linha de cocho porque o que a gente mais vê em fazenda é vaqueiro em área de lazer que tem três, quatro cochos e colocar sal mineral só em um”, salientou.

A resposta completa do zootecnista está disponível pelo vídeo a seguir: