Depois de chuvas intensas neste começo de ano na região de Ji-Paraná, estado de Rondônia, a tendência vai continuar para os meses de março de abril? Foi a pergunta do telespectador Victor Hugo Fernandes que o meteorologista e doutor em ciência ambiental pela USP Marcelo Schneider, coordenador regional do Inmet, o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, respondeu no Giro do Boi desta sexta, 19.
“Há uma tendência de irregularidade das chuvas, principalmente para março há uma tendência de diminuição mais considerável das chuvas para Rondônia”, antecipou Schneider.
O especialista também respondeu pergunta de Ernesto Vieira, que quer saber se as chuvas que caem sobre a região de Alegrete-RS continuarão nos próximos meses ou se o tempo voltará a ficar mais seco como foi em setembro, outubro e novembro de 2020. “Para o Alegrete, entre março e abril, no oeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, as chuvas devem diminuir de intensidade, até com perigo de volta de alguma estiagem naquela região. Para o mês de abril, algumas áreas também de Santa Catarina e Paraná”, revelou o meteorologista.
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Schneider falou também sobre a previsão do tempo para os próximos dias. “Haverá uma formação de um canal de umidade, uma área de convergência de umidade na região Centro-Oeste do Brasil que vai propiciar as chuvas abundantes pelo menos pelos próximos três dias, a contar desta sexta, sábado e domingo. A gente vai ter chuvas bem pronunciadas em parte de Minas e todo esse canal de umidade. […] Observem que haverá o deslocamento dessa área de umidade aqui para Minas, litoral do Espírito Santo, parte do extremo-sul da Bahia e a outra área que continua com umidade em toda a parte mais Centro-Norte do Brasil”, apontou.
“Buscamos aqui a previsão para terça e quarta-feira […]. De segunda para terça, ou terça para quarta, algumas instabilidades voltam a atingir a região do Alegrete, mas com um volume de chuva não tão significativo. Volta a ter alguma instabilidade na semana que vem, principalmente no centro gaúcho, em algumas áreas do sul. […] Na segunda, ou segunda para terça, volta a ter alguma instabilidade lá próximo da região centro-sul gaúcho”, acrescentou.
Ainda no meio da semana seguinte, conforme observou Schneider, “em algumas áreas de Minas a chuva volta a diminuir, mas continua a instabilidade em parte da região Central”, comentou.
O especialista também emitiu alerta para temporais. “Mapas da chuva intensa indicam que há previsão de acumulado de chuva bem significativo, então vai o aviso e alerta para esta sexta e sábado para essas áreas próximas da Zona da Mata, do Rio de Janeiro, próximas ao Espírito Santo, mas pegando o canal de umidade aqui do interior de Minas Gerais. Tem um mapa em que a gente mostra a condição de tempestade, que é propícia nesta sexta-feira também, algumas áreas inclusive devem ter granizo. […] Áreas com potencial de granizo entre o norte do Rio de Janeiro, divisa com Espírito Santo, e também parte do sudeste de Minas Gerais. Aviso para sexta e sábado”, resumiu.
“Com esses acumulados mais persistentes de sexta para sábado nesta área de Minas para o Rio de Janeiro, a gente vai ver que, no final das contas, os acumulados nesta região devem passar dos 200 mm em algumas áreas, então muita cautela. E a outra área atingida de sexta para sábado é exatamente essa área ao redor de Rondônia, em Ji-Paraná, principalmente nessa área ao norte de Mato Grosso e sul do Pará. Então essas áreas vão ter bastante chuva de sexta para sábado”, detalhou.
“No domingo, a chuva se volta um pouco mais para o Norte. Continuam essas áreas de instabilidade no Centro-Norte do País e a gente observa que, de segunda para terça, diminui essa instabilidade em Minas e volta a ter alguma instabilidade muito localizada aí no Sul do País”, observou.
“O resumo dessa semana de quinta, 18, até 24 de fevereiro é este: essa região entre Minas, logo ao norte do Rio de Janeiro, com volumes que podem passar em dois, três ou quatro dias acima dos 200 mm, e essa região mais de divisa que a gente comentava ao norte do Tocantins, sul do Maranhão, sul do Pará, ao norte de Mato Grosso com volumes também que localmente podem ficar acima dos 200, 250 mm. Ou seja, bastante chuva nessa região, bem próximo da Rondônia, mais mais ao norte de Mato Grosso”, concluiu.
Schneider também projetou o tempo para a semana de 25/02 a 04/03. “Já iniciando o próximo mês, tem uma tendência de diminuição bem forte, bem consistente na umidade, das chuvas no oeste do Rio Grande do Sul. Ou seja, começam a diminuir as chuvas na região do Alegrete. Algumas áreas de Minas Gerais continuam com instabilidade, ainda mais ou menos isoladas. E no Norte do país, norte do Tocantins, essas regiões devem ter um volume de chuva semanal acima de 150 a 200 mm”, finalizou.
+ Vai ter estiagem na região de Colniza-MT neste 2º trimestre de 2021?
Veja no vídeo a seguir a previsão completa do tempo que foi ao ar nesta sexta, 19:
