Qual o melhor jeito de usar o cruzamento de gado Holandês com Tabapuã?

Pecuarista do interior de Minas Gerais quer começar a trabalhar com inseminação e pergunta qual o resultado da cruza da raça zebuína de corte com o europeu leiteiro

Cruzar Holandês com Tabapuã dá bom resultado para o pecuarista? A dúvida veio de Itaipé, no interior mineiro, do criador Charles Antonio Pereira da Silva, que complementou dizendo que quer começar a trabalhar com inseminação em sua propriedade.

Para atender o produtor, o zootecnista Guilherme Marquez, gerente nacional de produto leite da central Alta Genetics, enviou sua contribuição para o quadro Giro do Boi Responde nesta segunda-feira, dia 11.

“Tabapuã é uma raça para corte e Holandês é uma raça para leite. Então nós temos que saber que, quando nós cruzamos essas duas raças distantes geneticamente, nós vamos ter um animal que vai trazer a capacidade de fertilidade, a capacidade de carne e acabamento do Tabapuã pela produção de leite do Holandês. O que vai acontecer com isso? O produto sempre é a média de seus pais, então nós temos que entender que vai nascer um produto que não vai ser uma produção altamente especializada para leite, como é a do Holandês, e também não vai ter a finalização de acabamento como é a do Tabapuã”, ponderou.

“Mas esse cruzamento existe e até tem um nome. É chamado de Tabolando. O Tabolando, e principalmente o uso do Tabapuã em vários cruzamentos, faz um acabamento terminal, ou seja, abatendo tanto o macho quanto a fêmea. Muitas fazendas de produção de leite com gado Holandês, por exemplo, estão fazendo seu cálculo de reposição de matrizes com uma raça especializada para leite, como é o Holandês, fazendo Holandês x Holandês, e no restante estas propriedades estão colocando animais com habilidade de carne, como é o Tabapuã, para não precisa focar no terneirinho que não ganha peso ou na terneirinha que não vai gerar o leite que ele gostaria. Então ele faz o acabamento de finalização, ou seja, faz esse cruzamento para nascer bezerro pesado, para desmamar bezerro pesado e fazer a parte de corte, de abate, total, tanto de macho quanto fêmea”, salientou Marquez.

“A minha opinião, já que você está fazendo inseminação e tem a base Holandês, é você se planejar. Quantas vacas você precisa repor para o seu gado, quantas vacas você vai tirar do seu rebanho e quantos machos vão para o abate? Tem que lembrar que essa reposição de matrizes é hoje considerada o custo maior da atividade leiteira porque para você fazer uma bezerra virar vaca, hoje, é muito dispendioso, como em qualquer lugar do mundo. Então preste muita atenção, calcule corretamente a sua reposição nas suas vacas de leite e use o Tabapuã como raça de corte para fazer bezerros e bezerras mais pesados, mas com uma finalidade: abater”, sugeriu.

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Foto ilustrativa: Reprodução / Tabapua.org.br