Pasto rotacionado: sobrou capim? Saiba por que isso é um ótimo sinal

Confira as novas dicas do doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)

Sobrou capim no fim do pastejo rotacionado? Saiba que isso é sinal excelente para a produção do boi gordo, segundo o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira.

Ele é pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). A autarquia está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Siqueira faz uma analogia com uma festa. Se os convidados chegam à celebração e tem bastante comida, isso já é uma coisa. Agora, quando o pessoal vai embora, e ainda tem comida, quer dizer que a festa foi muito boa.

Rebanho de bovinos em pastejo rotacionado. Foto: Reprodução
Rebanho de bovinos em pastejo rotacionado. Foto: Reprodução

O mesmo conceito deve ser aplicado ao pastejo rotativo ou até no rotatínuo. Ter sempre um bom pasto disponível aos animais faz uma grande diferença para o ganho médio de peso diário dos animais.

“Tem muitas pesquisas falando o pasto rotatínuo. É uma estratégia muito interessante pois o produtor não sai com o gado com um pasto tão baixo”, diz Siqueira.

O pesquisador foi entrevistado pela reportagem do Giro do Boi. A reportagem foi ao ar nesta sexta-feira, 1, e faz parte da série feita nas unidades de pesquisa da APTA.

VEJA TAMBÉM | Milho: receita usa menos grãos para produzir mais arrobas de carne

Eficiência no ganho médio de peso diário

Altura do capim na hora de entrada e saída dos animais é o ponto chave para manter o ganho de peso dos animais. Foto: Reprodução
Altura do capim na hora de entrada e saída dos animais é o ponto chave para manter o ganho de peso dos animais. Foto: Reprodução

A altura do pasto, tanto na entrada quanto na saída do rebanho, deve estar na estratégia da propriedade que quer turbinar a recria.

Ao deixar uma altura residual do pasto maior é importante porque não compromete o bocado do animal.

“Só que para isso você tem de rodar esse pasto muito mais rápido. Por isso, o manejador de pasto da fazenda tem de estar muito mais atento. Na hora que o boi sair, tem de ter ainda comida e bebida na festa dele”, diz o pesquisador da APTA.

O segredo, nesse caso, é poder manejar o número de animais e ou as categorias mais adequadas em cada piquete do pasto. Não adianta colocar mais gado, e, para, no final do dia, eles ganharem menos peso.

Alta taxa de lotação de bovinos no pasto não significa maior ganho de peso no final do dia. Foto: Reprodução
Alta taxa de lotação de bovinos no pasto não significa maior ganho de peso no final do dia. Foto: Reprodução

Quais os erros mais comuns no rotacionado?

Os erros mais comuns no pastejo rotacionado é entrar com os bois no piquete com um capim mais alto do que deveria. Outro erro é sair com o gado numa altura mais baixa de pasto do que o esperado.

Se for necessário deixar os animais um tempo a mais no piquete e deixar o pasto mais baixo, a recomendação é que sobre o fornecimento de suplementação aos animais.

“Preconizamoa usar suplementações da ordem de 3 a 5 gramas por quilo de peso vivo dos animais. Ela vai compensar o déficit nutricional da pastagem. Aí, você tem muitos animais por área ganhando muito peso”, diz o pesquisador.

Suplementação mineral no pasto é necessária em caso de o produtor trabalhar com altura mais baixa do capim. Foto: Reprodução
Suplementação mineral no pasto é necessária em caso de o produtor trabalhar com altura mais baixa do capim. Foto: Reprodução

Especiais da APTA

Este foi o 10º episódio das 20 reportagens especiais feitas nas unidades da APTA. O objetivo é, a cada semana, apresentar o que a pesquisa agropecuária tem estudado para o desenvolvimento da atividade da produção de carne bovina.

As reportagens são exibidas todas as sextas-feiras no programa Giro do Boi. O programa de TV vai ao ar de segunda à sexta no Canal Rural, às 7h00 (horário de Brasília).