Imagine um custo de R$ 50 para que você tenha uma “receita” que melhora a fertilidade do seu solo e aumente a produtividade da sua cultura? Esta é a proposta da Embrapa Solos com o Fertmóvel, um laboratório itinerante de análise de solo que facilita o acesso do produtor à tecnologia.
“Hoje a calagem e adubação representam 30% do aumento de produtividade”, disse José Ronaldo de Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, em entrevista para a série especial Embrapa em Ação, do Giro do Boi.
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“A gente tem aqui um custo relativamente baixo, R$ 50 por amostra. Ele é insignificante em relação aos benefícios. […] É um investimento e um investimento alto, mas com baixo custo. Eu vou pagar pouco para ter um resultado grande. […] Só para você ter ideia, se eu conseguir reduzir um saco de 50 kg de produto a base de potássio, eu estou falando de redução de um preço médio hoje, atual, de R$ 120,00 reais, R$ 130,00 um saco de 50 kg de produto a base de potássio. Aí você já pagou duas análises”, calculou Macedo.
O pesquisador da Embrapa Solos falou sobre a proposta do projeto. “A gente tem uma carência de laboratórios no Brasil, inclusive no estado do Rio de Janeiro, e a proposta do Fertmóvel foi aproximar o laboratório dos produtores. Em vez de os produtores virem aqui no Jardim Botânico, nós vamos aos municípios e, dentro dos municípios, nós realizamos as análises”, disse.
Macedo falou que o furgão com o laboratório montado atende a parcerias firmadas com cooperativas, prefeituras e outras instituições, como institutos federais ou mesmo empresas privadas. Para funcionar, o Fertmóvel precisa de um técnico para realizar as análises, uma casa de apoio, além de água e energia. Segundo José Ronaldo, hoje já existe demanda para 26 laboratórios com o conceito do Fertmóvel para todo o Brasil.
“A análise de solo nos dá informação básica sobre adubação e calagem, a direção, a fonte básica para a recomendação. Através do pH e da determinação dos teores de cálcio, magnésio, mais alumínio, eu faço a recomenda de calagem, ou seja, aplico o calcário e em determinada quantidade. Quando eu vou para o fósforo e potássio, eu faço a recomendação do NPK, nitrogênio, fósforo e potássio e, com essas informações, eu tenho o resultado completo de uma análise de macronutrientes, que representam 90% das necessidades dos produtores rurais brasileiros”, explicou.
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O técnico de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Aldoíldo da Silva Melo, deu dicas para o produtor fazer a coleta das amostras. Segundo o especialista, o produtor deve dividir os principais setores de manejo de sua propriedade, separados por relevo, tipos de solo, se houver mais de um, por exemplo. Feito isto, Aldoíldo completou as recomendações.
“Ele deverá coletar vários pontos, em média de seis a dez pontos, coletar a uma profundidade de 0 a 20 cm, colocar dentro de um balde, misturar bem, identificar essa amostra, botar uma etiqueta dizendo nome do produtor, município, se tiver, as coordenadas geográficas. Coloque a cultura que tinha antes e a cultura que vem posterior, que ele vai plantar depois com a relação desta análise de solo. Então estes pontos que ele vai separar, ele deve andar em ziguezague dentro da área”, detalhou. Aldoíldo disse para o produtor não coletar solos próximos a árvores queimadas ou cupinzeiros, por exemplo, para não influenciar a análise.
“Os produtores entregam as amostras, estas amostras são preparadas na casa de apoio, nesta casa de apoio estas amostras são secas, destorroadas e peneiradas, são colocadas nas caixinhas e aí elas estão prontas para entrar no Fertmóvel”, disse a técnica em pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Gisele Barros. Após as amostras chegarem ao Fertmóvel, dentro de dois dias a análise está pronta.
“É fundamental ao produtor que ele tenha informação. Ele precisa desta informação e às vezes ele quer e não tem. E não tem por quê? Você imagina um produtor do interior do Centro-Oeste, onde tem um laboratório que viabiliza isto para ele? Está longe! Eu chego com o Fertmóvel e resolvo isso. Então a proposta da Embrapa foi essa, chegar com este laboratório, possibilitar que eu atenda mais pessoas, mais produtores, rodando o laboratório”, finalizou José Ronaldo de Macedo.
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Veja a reportagem completa sobre o Fertmóvel no link abaixo:
