Como funciona o cruzamento industrial rotacionado?

No quadro Zadra Responde, especialista avisa que criador que está em áreas tropicais deve produzir sempre uma matriz com pelo curto, liso e brilhante

“Zadra, como funciona o cruzamento rotacional? Um exemplo seria Nelore x Senepol x Braford?”, perguntou Lindon Johnson, de Pontes e Lacerda-MT para o quadro Zadra Responde que foi ao ar nesta segunda, 10.

O zootecnista Alexandre Zadra, autor do blog “Crossbreeding” e supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, sanou a dúvida e ainda apresentou outras alternativas sobre o cruzamento industrial rotacional.

“Lindon, sua pergunta é muito interessante. O cruzamento rotacional, ou rotacionado, serve para aqueles que têm pequena propriedade, que não tem capacidade ou possibilidade de compra de reposição de matrizes na sua região. Lembrando que no cruzamento rotacionado, você precisa sempre pensar que a matriz que nascerá, a bezerra que nascerá na sua fazenda deverá ter pelo curto, liso e brilhante, para ser um animal adaptado ao Mato Grosso, Pontes e Lacerda. Portanto, este exemplo que você dá, de usar sobre a Nelore uma raça tropical, como o Senepol, gerando um meio-sangue Senepol x Nelore, parabéns! Excelente escolha! E depois, ao você utilizar um Braford, você também gera heterose fazendo um animal também de pelo adaptado porque a mãe, sendo F1 Senepol x Nelore, ela é 100% tropical, quando você jogar um Braford, que é ⅝, você gera um animal também tropical, mais tropical do que animal de clima temperado”, aprovou Zadra.

O zootecnista alertou que na sequência destes cruzamentos, o criador deve evitar animais de sangue exclusivo europeu. “Sabendo que este tricross, filho de Braford na F1 Senepol x Nelore, é um animal que tem um pouquinho de sangue europeu, um pouquinho de sangue Hereford, é importante saber que nós não podemos retornar nesta vaca tricross de Braford na F1 Senepol Nelore uma raça europeia. O ideal é você utilizar um Bonsmara, ou utilizar um Brangus, ou mesmo um Santa Gertrudis, um Simbrasil, um Canchim, raças bimestiças, ok? Fazendo um animal novamente de pelo zero. No caso, você usando um Brangus, você tem um animal espetacular sobre este animal tricross”, recomendou.

Zadra apresentou ainda outro formato de cruzamento rotacionado, partindo da base da matriz Nelore. “O básico de tudo, quando a gente pensa em cruzamento, é que a gente pensa em heterose. Com o metabolismo adequado. O ideal seria você utilizar na sua Nelore um europeu de menor porte para fazer uma matriz boa, seja um britânico ou um Simental de pequeno porte, fazendo um meio-sangue, um F1 europeu x Nelore, para aí depois a gente entrar com Senepol, ou um Caracu em cima desta matriz F1 europeia x Nelore, ok? E aí você pode fazer um rotacionado depois, retornando Zebu nesta tricross“, completou.

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Veja a resposta completa no vídeo abaixo:

 

“Eu estou à sua disposição para responder mais perguntas como esta no Giro do Boi”, convidou o especialista. Qual é a sua dúvida sobre cruzamento industrial? Envie para o quadro ‘Zadra Responde” no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Foto: Reprodução / Crossbreeding.com.br