Conheça pontos fortes e fracos da Humidícola e recomendações de uso

Agrônomo pós-graduado em pastagens foi “provocado” a comentar características da forrageira após receber trabalho científico voltado à espécie

Nesta quarta, 15, o engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária Wagner Pires, autor do livro “Pastagem Sustentável de A a Z, fez comentários sobre pontos fortes e fracos da Brachiaria humidicola após ser “provocado” por um trabalho enviado a ele pelo professor aposentado da Unesp de Botucatu-SP, Gilberto Rocha, sobre espécie de forrageira.

“Professor, não existe gramínea ruim. Ao meu ver, existe gramínea mal aproveitada ou mal plantada em determinado lugar. Por exemplo, professor, para áreas encharcadas, áreas mais úmidas, eu gosto muito da Humidícola porque uma das características da Humidícola é que ela tem uma tolerância maior a solos encharcados. Tem outras gramíneas também, como Canarana, o Tango, que também toleram encharcamento”, disse.

“Em áreas de morro, a Humidícola é dez! É muito boa porque ela tem uma característica de fechar, de proteger o solo […]. (É recomendada) Para fazer paridor de vaca porque é um capim baixo, é fácil de o vaqueiro visualizar e enxergar o bezerrinho que acabou de nascer. Então para maternidade é um capim muito bom, baixinho, bezerrinho tá deitado lá e não tem perigo do vaqueiro mudar a vaca de piquete e deixar o bezerrinho para trás. Então professor, a partir deste ponto que não existe gramínea ruim, todas elas são boas, a gente tem que adequar elas em termos de manejo”, justificou.

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“O problema da Humidícola é que vaca até aprecia bem o capim, mas boi não é muito chegado nela. Às vezes a gente tem um pouquinho de dificuldade, apesar de que se o boi ficar permanentemente na Humidícola, acaba acostumando e aceitando a palatabilidade dela”, ponderou.

“Outra coisa que a gente nota pelo Brasil afora é que a Humidícola é hospedeira da cigarrinha, então a gente tem algumas regiões muito suscetíveis, com muito ataque de cigarrinha, e aí a gente tem que tomar um pouquinho de cuidado”, apontou.

“Eu critico um pouco o que vem sendo feito no Brasil, que é mistura da Humidícola com outras gramíneas. Então o pecuarista tem dado uma de ‘Professor Pardal’, de cientista, e está misturando Humidícola com Mombaça, com Braquiarão, com Panicum. Com qualquer outra coisa, ele está misturando Humidícola para ver se foge um pouco da morte súbita e isso é ruim. Por quê? Mesclar semente e plantar todo geral misturado é muito perigoso e muito ruim. Então o que é conveniente? Plantar a Humidícola somente naquela faixa aonde a gente está tendo problema da morte súbita. Aí sim eu sou a favor, mas não sou a favor de ficar fazendo mistura de capim porque o bovino é altamente seletivo e o animal acaba preferindo a gramínea mais palatável e mais produtiva. E a outra vai passar do ponto”, advertiu.

“Fica essa dica para o pecuarista: não existe gramínea boa, nem ruim, existe a gramínea mal implantada em determinados lugares, que a gente deve tomar cuidado e manejar a gramínea de acordo com a altura da gema apical do capim, não rebaixar, não deixar o gado comer a gema apical. E essa é uma característica positiva da Humidícola, porque ela tem a gema apical dela bem rasteira, bem baixinha, e facilita o manejo”, concluiu.

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Como fazer o manejo e a limpeza de pastagem de Humidícola?

Se você tiver dúvidas a respeito de manejo de pastagens, envie sua pergunta para o especialista no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Veja a resposta completa de Wagner Pires no vídeo a seguir: