O que o Brasil tem a ensinar e aprender com projetos de pecuária de larga escala mundo afora?

Direto da Rússia, veterinário que tem experiência com coleta de mais de meio milhão de embriões em quatro continentes diferentes compartilhou suas impressões

Em entrevista ao Giro do Boi desta quarta, dia 02, o médico veterinário Rodrigo Untura fez comparações a respeito da pecuária de corte praticada no Brasil e ao redor do globo em um contexto de projetos de larga escala de produção. O gerente global de contas da Embryos – ABS Pecplan, que tem experiência com coleta e implantação de mais de meio milhão de embriões em quatro continentes diferentes , será palestrante do 14º Webinar Giro do Boi nesta quinta, dia 03, e aproveitou a oportunidade para fazer um convite ao seminário virtual e compartilhar suas impressões.

O especialista falou ao programa direto da cidade de Bryansk, na Rússia, distante cerca de 400 quilômetros ao sul de Moscou, capital do país europeu. Por lá, ele está trabalhando desde 2015 em um projeto de produção anual de 20 a 30 mil embriões ao longo de três meses por ano.

“Em termos de tecnologia de embrião, vamos dizer que o Brasil, ao lado dos EUA, são os maiores produtores de embriões do mundo”, constatou o profissional. De acordo com Untura, o dado mais recente aponta que os norte-americanos ultrapassaram o Brasil em volume de embriões produzidos in vitro, um indicador que ainda carece de confirmação uma vez que, no Brasil, muitos dos projetos acabam não sendo declarados.

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Em resposta a um telespectador, o veterinário posicionou que o principal ponto que um país como a Rússia pode servir de exemplo para o Brasil é no reforço de produção de alimentos para os animais consumirem nos períodos de maior restrição – ou seja, a fazenda estar preparada para produzir excedente de silagem ou feno no verão, por exemplo, para consumo no inverno.

Na outra ponta, Untura opinou em que áreas o Brasil serve como exemplo para projetos de pecuária de larga escala mundo afora.

“O grande ponto (que podemos servir de fonte de inspiração) para o mundo, para a Rússia, para todos, é a força de trabalho e a resiliência que o brasileiro tem. O brasileiro sai da zona de conforto nesses projetos de larga escala, veste a camisa, entrega qualquer número proposto dentro dos desafios que gente tem. Obviamente que, além das técnicas de pesquisa que o mundo inteiro tem, aqui na Rússia também tem área de pesquisa, mas falando da questão operacional, o Brasil ensina o mundo como trabalhar em larga escala, como ter essa força e resiliência”, comentou.

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Na sua participação, o veterinário adiantou que tópicos farão parte de sua apresentação no webinar desta quinta-feira, 03, às 8h30, cujo tema será “Como as tecnologias de reprodução estão chacoalhando a distribuição de genes bovinos mundo afora“.

“Eu montei uma palestra bem interessante em que eu conto um histórico de quando começaram esses projetos em larga escala e como esses projetos vêm mudando o cenário mundial em termos de produção de carne e produção de leite. Nós começamos aí basicamente em larga escala em 2006, 2007, e nós já estamos em 2020 e isso tem mudado o cenário mundial. Então eu faço um histórico de como isso tem mudado, como esse fato tem ‘chacoalhado’ o mercado mundial”, antecipou.

Confira a programação completa do 14º Webinar Giro do Boi:

– 08h30: Abertura e boas vindas com Fábio Dias, diretor de relacionamento com pecuaristas da Friboi;

– 08h40: Palestra “Utilização de inseminação artificial em grandes rebanhos comerciais – os detalhes da condução genética e operacional“, por Rogério Fonseca, PhD em medicina veterinária e diretor da Agropecuária Nelore Paranã;

– 09h10: Palestra “Os Desafios dos grandes projetos de embriões na opinião de quem já conduziu a implantação de mais de meio milhão de embriões em quatro continentes diferentes“, por Rodrigo Untura, médico veterinário e gerente de contas da Embryos – ABS Global;

– 10h10: Debate final entre os convidados com participação da audiência;

Inscreva-se no 14º Webinar Giro do Boi

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Assista a entrevista completa com Rodrigo Untura no vídeo abaixo:

Foto ilustrativa: Reprodução / Embrapa