Quero produzir silagem de Capiaçu para vender. O produto tem boa aceitação?

Agrônomo alertou para exigências de fertilidade e manejo do clone de capim-elefante, mas aprovou escolha: “freguesia vai fazer fila para comprar”

No quadro Giro do Boi Responde que foi ao ar nesta terça, dia 02, o telespectador atendido foi Marcos Figueiredo, que tem um sítio em Cabo de Santo Agostinho, no estado do Pernambuco. Ele disse que quer produzir silagem de BRS Capiaçu , o clone de capim-elefante produzido pela Embrapa, para vender em sua região e perguntou ao engenheiro agrônomo Wagner Pires, pós-graduado em pastagens pela Esalq-USP e consultor do Circuito da Pecuária, se esta é uma boa opção.

“O Capiaçu é um capim ‘top de linha’ da Embrapa. A Embrapa acertou na mosca no lançamento desse material. O tempo de produção é maravilhoso, em termos de qualidade de produção, facilidade de formação da área, desenvolvimento. É muito bom”, aprovou Pires.

O especialista ponderou, entretanto, que o pecuarista prepare bem o seu solo e o seu manejo para a demanda da planta. “O Capiaçu, como todo capim elefante, é exigente em fertilidade. Ele vai dar uma silagem muito boa, desde que você tenha bom senso. O que eu quero dizer com isso? Se você deixar o Capiaçu crescer demais para você fazer o corte, você ganha na produção e perde na qualidade. Se você cortar ele muito cedo, você perde na produção e ganha muito na qualidade. Então você tem que buscar um meio-termo”, indicou.

“Como você pode sinalizar este meio termo? Esse meio termo você pode encontrar depois de cerca de 90 dias, mais ou menos, para fazer silagem. Talvez um pouco mais ou um pouco menos. E evite fazer a silagem logo na sequência de uma chuva. Procure esperar entre a última chuva e o dia de ensilagem pelo menos uns dois a três dias sem chuva”, recomendou o especialista.

Pires destacou o potencial de produção de matéria verde do Capiaçu. “A produção dele é maravilhosa, é estupenda. Com tudo correndo bem, a questão de fertilidade e umidade, você pode chegar a uma produção de 300 toneladas por hectare ao ano. Mas isso vai depender muito da questão de chuva”, comentou.

Mas para alcançar todo este potencial, o produtor deve estar atento à fertilização da lavoura depois do corte. “Eu gostaria de chamar sua atenção para o seguinte: toda vez que você fizer corte, na sequência, desde que tenha chuva, faça uma adubação à base de fósforo e principalmente potássio, porque a extração desses dois nutrientes (pela planta) é muito grande. Isso para evitar a perda de vigor da sua capineira da silagem. Mas pode ir em frente que você vai ter uma silagem excelente”, disse o agrônomo.

“Outro ponto importante: não deixar de usar inoculante. O inoculante favorece o processo de fermentação e dá uma silagem de muito melhor qualidade. Com tudo isso que o nosso amigo fizer, com certeza ele vai gerar uma silagem de melhor qualidade e a freguesia vai fazer fila para comprar com ele”, projetou Wagner Pires.

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A resposta completa do especialista pode ser vista pelo player na sequência:

Foto: Antônio Vander Pereira / Reprodução Embrapa