Parceria estabelece aliança para combater focos de incêndio no Pantanal

Projeto em parceria entre a organização Aliança da Terra e o Friboi atua também na conscientização e treinamento de voluntários para acelerar a primeira resposta ao fogo

Uma parceria entre a organização Aliança da Terra, o Friboi e produtores rurais entrou em campo nesta entressafra de 2021 para ajudar a controlar os incêndios nas regiões de Pantanal e Cerrado dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As equipes de brigadistas, cuja capacitação é viabilizada pelo projeto, já estão atuando nos arredores de cinco municípios: Cáceres, Poconé, Pedra Preta e Araputanga, em Mato Grosso, e Anastácio, em Mato Grosso do Sul. Mais do que o combate ao incêndio, as equipes realizam cursos e treinamentos para fazendas interessadas que estão em meio às comunidades rurais. A iniciativa foi destaque de entrevista no Giro do Boi desta terça, dia 17, com a gerente geral da Aliança da Terra Caroline Nóbrega, bióloga, mestre e doutora em ecologia e evolução.

“Essa parceria surgiu da necessidade de dar uma resposta aos incêndios no Pantanal nesses últimos dois anos, que se expandiram devido a essa seca que está ocorrendo na região. Então nós fomos procurados pelo Friboi para atuar junto aos produtores rurais da região, que nos últimos anos tiveram tantos problemas e sofreram tantos com esses incêndios”, contextualizou Caroline.

Equipe de brigadistas visita indústria em Pedra Preta-MT para buscar engajamento junto a produtores rurais da região

Essa semana a Kamila Christie, do Escritório Verde de Diamantino, está em PDP realizando o engajamento com fornecedores para a regularização ambiental e conheceu a equipe da Brigada.

A gerente da geral organização alertou que o bioma segue com alto grau de risco de incêndio em meio à seca de 2021, a exemplo do ano passado. “As nossas equipes que estão em campo puderam ver que hoje o Pantanal ainda é um barril de pólvora. Pelos incêndios dos últimos dois anos, que matou parte dessa vegetação, então essa vegetação já está bastante seca […]. E agora, passando esta geada, você tem essa morte da vegetação acima do solo. Aí com o tempo muito seco, vento muito forte, a gente tem realmente um barril de pólvora e, às vezes, o que a gente está observando é que basta uma fagulha de uma máquina agrícola, uma fagulha de um poste de energia e aí você já tem um incêndio de grandes proporções”, alertou.

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Conforme destacou Caroline, a parceria envolve diversos agentes para contribuir no controle dos incêndios. “Além de estar nessas cinco regiões, a gente ainda tem esse trabalho com treinamento dos voluntários, que são os produtores e os seus funcionários. A gente tem essa parceria muito forte, esse trabalho que não é só da Brigada Aliança. Todos os nossos combates até agora contaram com o envolvimento e com o apoio dos pecuaristas, das fazendas onde ocorreram os incêndios, mas também das fazendas vizinhas. Então esses treinamentos, a capacitação de voluntários para eles estarem atuando no primeiro combate é essencial para a gente ter uma resposta efetiva e eficiente nesses incêndios. Quanto mais rápido a gente consegue controlar esses incêndios, melhor”, salientou.

Além da parceria mais recentemente estabelecida, a organização tem atuação do projeto em outros biomas, conforme apresentou a bióloga. “A Brigada Aliança hoje tem 12 bases, 12 equipes distribuídas pelo Brasil e estamos na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Fogo é o que não falta, agora a gente inicia o período de ocorrência porque às vezes a gente tem cinco equipes atuando em um incêndio ao mesmo tempo. E nosso objetivo é sempre estar expandindo, expandir para novas áreas do Pantanal e também em outras regiões do Brasil. Tem bastante trabalho a ser feito”, projetou.

A gerente da organização convidou os interessados que têm propriedade ou atuação nas regiões onde estão as brigadas a integrarem a iniciativa. “É dessa forma que a Brigada Aliança trabalha. Treinando e capacitando voluntários e parceiros locais. A gente costuma dizer que tem um exército. Nós temos uma equipe que é altamente treinada, muito equipada. Mas em relação ao combate, a gente não conta só com os nossos brigadistas, a gente conta com funcionários de fazendas, contamos com parceiros locais. Recentemente, no último combate que a gente finalizou em Poconé, tivemos ajuda de quatro pás carregadeiras atuando no combate e eu te digo que a Aliança não tem nenhuma pá carregadeira. […] E assim a gente forma um exército todo trabalhando junto”, concluiu.

Veja pelo link a seguir mais informações sobre a Brigada Aliança da Terra Friboi e os contatos para interessados:

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Pelo vídeo abaixo é possível assistir na íntegra a entrevista com a gerente geral da Aliança da Terra, Caroline Nóbrega: