Pecuarista deve dedicar 80% do tempo a melhorar o básico em sua fazenda

“Lembrem muito bem da regra: 80% (do tempo) fazendo melhor o que já faço, 20% buscando inovação”, aconselhou Antônio Chaker; veja exemplos práticos

“De que vale adubar uma pastagem se o meu manejo é ruim e o pasto vai passar? Ou seja, adubação de pasto pode ser incrível para aqueles que colhem na altura certa ou pode ser péssima para aqueles que deixa o pasto passar”. Foi este o exemplo que usou para ilustrar sua dica do dia o zootecnista Antônio Chaker, mestre em produção animal e diretor do Inttegra, embaixador do quadro Dicas do Chaker.

“Lembrem muito bem da regra: 80% (do tempo) fazendo melhor o que já faço, 20% buscando inovação. E que sempre o capricho e o como eu faço é o que vai definir o resultado, e não o que eu faço”, explicou o consultor.

“Antes de intensificar a produção, intensifique a gestão”

Chaker detalhou como o conceito 80/20 se aplica à pecuária de corte. “Não é bem aquele do (Vilfredo) Pareto, mas 80% do seu tempo como gestor, como pecuarista, deve ser dedicado em fazer melhor aquilo que você já faz e 20% é buscando outras alternativas, executando outros modelos de produção. O detalhe que faz a diferença, a tecnologia que te entrega maior margem é a tecnologia que usa pouco insumo, que usa pouco dinheiro quando ela é a aplicada. O que eu quero dizer com isso? Que o manejo de pastagem na altura certa faz a diferença no ganho, que a qualidade do aparte faz diferença no ganho,que as anotações das agendas semanais das tarefas fazem diferença no ganho. E aí se eu tenho eu tenho manejo, o aparte, o capricho fundamentado, aí eu entro com as tecnologias de suplementação de 0,1%, 0,3%, 0,5%, eu faço IATF, eu adubo o pasto…”, ilustrou.

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Segundo Chaker, a motivação para explicar esta regra para pecuaristas são as frequentes perguntas que recebe, do tipo: o que é melhor – cria ou engorda? Confinamento ou terminação intensiva a pasto? Adubação intensiva ou menos adubação? “A pergunta certa não é o que é melhor, a pergunta certa é como é melhor?”, diferiu o zootecnista.

“Uma fazenda de recria e engorda muito bem produtiva, muito bem gerenciada, uma fazenda com planejamento excelente vai ser mais lucrativa do que uma péssima fazenda de cria ou de ciclo completo. […] Um confinamento muito bem gerenciado, com nível de acompanhamento de consumo com manejo dos animais impecável vai entregar mais que um quilo de carcaça líquida (por dia). Agora se eu tiver uma suplementação a pasto mal feita, com erro de periodicidade de suplementação, ela não vai entregar esse resultado e vice-versa”, continuou o consultor.

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Diferenças entre confinamento, semiconfinamento e terminação intensiva a pasto

“Entenda que o resultado é consequência do como esse processo é feito, do detalhe, do capricho, e não o que. […] Você deve escolher seu método de produção baseado na sua capacidade de execução porque é obrigatório que você faça de forma perfeita aquilo que você escolheu fazer. […] Se você não tem condição de entregar mais do que um quilo de carcaça líquida no animal (por dia) no seu confinamento, mande esse boi para um confinamento que tem. Então é nesse conceito que fica muito claro que só o capricho, só o detalhe, só o asseio que vai trazer o resultado”, afirmou o consultor.

Qual a relação entre o orgulho que você tem da sua fazenda e o seu lucro?

Veja o quadro Dicas do Chaker sobre a aplicação do princípio do 80/20 para a pecuária de corte:

 

Imagem: Reprodução / Instagram Inttegra