A criadora Gisele Ferreira de Moraes, da Fazenda Matão em Guarapuava-PR, enviou uma pergunta para o Giro do Boi, que foi respondida nesta quinta, 16, pelo zootecnista Alexandre Zadra, supervisor regional comercial da Genex para os estados do Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia e autor do blog “Crossbreeding”.
“Guarapuava é uma cidade que a gente sabe que é muito fria no inverno e, no verão, no período noturno, tem temperaturas amenas. Então é um local que possibilita metabolismo um pouco mais alto que o meio-sangue. E a Gisele pergunta: ‘Zadra, tenho matrizes Charolês, tenho matrizes Canchim. Qual seria o melhor cruzamento sobre estas matrizes – Angus ou Brangus?’”, apresentou o zootecnista no quadro Zadra Responde.
“Sua pergunta é interessante e lógico que eu precisaria de mais subsídios e mais informações para poder definir o melhor cruzamento. Por exemplo, se você quer fazer rotacional, aproveitar as filhas, ou se você quer fazer um cruzamento terminal, matando machos e fêmeas”, ponderou o especialista.
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“Se você utilizar o Angus sobre suas matrizes charolesas, você fará novamente um europeu, você fará um animal de menor porte com acabamento excepcional, mas com menos heterose. Haverá heterozigose, haverá choque de sangue, no entanto a gente lembra que são dois europeus, então você tem complementaridade, você ganha com a complementaridade. Ou seja, você tem o Angus, que é um animal de menor porte, e Charolês, que é um animal de maior porte, você faz um acasalamento interessante fazendo um animal de menor porte, mais precoce. Lembrando que será uma filha europeia e terá o mesmo pelo da mãe charolesa, ela cria pelo no inverno e perde pelo no verão, mas vai ter precocidade”, apontou.
“Se você usar o Angus sobre as Canchim, você vai ter uma heterose maior porque a Canchim tem zebuíno. Você tem um animal com um pouco menos de pelo do que o Charolês e Angus cruzados”, complementou.
“Se você usar o Brangus sobre as Canchim e sobre as charolesas, você terá um animal um pouquinho mais adaptado ao calor do que as charolesas, mas vai ficar naquele grau de sangue como se fosse o Canchim”, apontou.
Depois de explicar as variações, o zootecnista fez sua recomendação à criadora. “Eu recomendo, para você inclusive criar e ter mais variabilidade genética e animais mais adaptados ao calor, o Brangus na canchim e também nas charolesas. Você fará um animal de porte um pouco menor com rendimento de carcaça bom e um acabamento significativo. Bem terminado será o animal”, indicou. “Se você quiser definitivamente usar o Angus, você vai usar sobre as Canchim suas”, concluiu.
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Qual é a sua dúvida sobre cruzamento industrial? Envie para o quadro ‘Zadra Responde” no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].
Veja a resposta completa no vídeo a seguir:
