Nunca adubei meu pasto, mas quero mudar essa história. Por onde começar?

Produtor quer saber a quantidade de cada elemento para aplicar no solo, mas especialista apontou um dever de casa a ser feito antes de estabelecer os volumes ideais

O telespectador Vinícius Rocha, de Ariquemes, em Rondônia, disse que não tem o hábito de aplicar fertilizante no pasto, mas agora quer “mudar essa história”. Para isso, perguntou em mensagem enviada ao Giro do Boi quais as recomendações de aplicação por hectare.

Quem respondeu o produtor no programa desta quinta, dia 29, foi o doutor em Agronomia e especialista da holding Essere Group Juscélio Ramos de Souza.

“Tradicionalmente os pecuaristas brasileiros não utilizavam no passado o manejo da adubação de pastagens. Isso porque eles entendiam que os solos já possuíam nutrientes suficientes para fazer com que as plantas de pastagens expressassem seu máximo potencial produtivo. Só que, nos últimos anos, eles começaram a perceber que esse manejo de correção dos solos, de reposição dos nutrientes nos solos é de extrema necessidade e importância para fazer com que nós possamos produzir mais carne e mais leite”, contextualizou Souza.

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O especialista ponderou que o produtor tem um dever de casa a fazer antes de tratar de quantidade de nutrientes por hectare. “Os nutrientes são parte essencial para as plantas produzirem aminoácidos e esses aminoácidos serão responsáveis pela produção de proteínas – proteína vegetal que posteriormente o gado irá consumir e converter em proteína animal. Em função disso é que precisamos em um primeiro plano realizar uma análise de solo muito bem feita para podermos identificar como estão os níveis desses nutrientes no solo e se há necessidade de fazer algum tipo de correção para podermos traçar uma estratégia de adubação dessas pastagens. E em especial na época das águas, porque é um momento importante em que as plantas irão absorver e água oriunda do solo e, juntamente, irão absorver os nutrientes”, indicou.

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Juscélio apontou que a análise pode poupar recursos do produtor na correção do solo, uma vez que a variação de volume de cada elemento é grande. “Para a gente fazer esse planejamento de forma eficiente, nós temos uma ideia de que […] as recomendações de nitrogênio, fósforo e potássio variam bastante em função, principalmente, dos materiais. Algumas forrageiras necessitam, para alcançar o seu máximo potencial produtivo, de 40 a 50 kg de nitrogênio por hectare. Quanto ao fósforo, essa adubação varia de 40 até 100, 120 kg de P2O5 por hectare. E de potássio, de 40 a 100, também 120 kg de K2O por hectare”, ilustrou.

Como aplicar fósforo na pastagem?

“O importante é que você faça uma análise de solo bem feita para identificar o quanto de nutriente existe nesse solo e se é o suficiente para essa cultura de pastagem responder bem em produtividade. E posteriormente você procure um profissional da área agrícola para fazer essa recomendação e os manejos para você alcançar ótimos resultados na sua pecuária”, concluiu o doutor em agronomia.

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A resposta completa do especialista está no vídeo abaixo: